«Já reparei que é daqueles que se adoram ou odeiam. Já ouvi pelo menos o Bruno Nogueira colocar-se do meu lado: detesto. E faz-me confusão que quem adora não saiba que se trata de uma pilhagem. Não uma homenagem, não uma coisa parecida, não uma coisa “baseada em…”, mas um roubo puro e simples (certamente não o será a nível de direitos e coisa assim, mas é-o, sem dúvida, ao nível da preguiça e da falta de imaginação).
Acontece que o anúncio com o pessoal todo giro a cantarolar “All Together Now” se limita a copiar, sem pudor, um anúncio da cerveja americana Budweiser, que terá para aí uns dois anos, se tanto. Se tiver Internet, procure, veja ambos, e diga-me coisas. Ora isto levanta uma série de perguntas inocentes (ia dizer preocupações, mas é palavra que devemos reservar para coisas importantes...) Como é possível tamanha falta de imaginação que leve a copiar, na íntegra, uma imagem e um conceito, uma música e uma realização?
E não ganham os publicitários uns milhares valentes para criar? E como se avança com a coisa, fazendo de todos nós parvos, não percebendo que em pouco tempo alguém perceberá que se trata de uma cópia preguiçosa e despudorada?(…)
Cromos, não há outra palavra. E demasiado vistos. Lá estão as miúdas giras, mas rebeldes, os homens mais velhos mas porreiros, sintonizados com a juventude de hoje, as criancinhas felizes a saltar à corda, o gajo que até parece ter um aspecto ameaçador mas vai-se a ver e é um baril. Mais os jovens de barbicha que preferem a ecológica bicicleta ao burguês automóvel, etc., e por aí fora. E pensar no dinheiro que se torrou ali. E pensar no dinheiro que gastam todas estas marcas que já não sabem bem o que dizer, daí umas pessoas a sorrir com música por cima.» Artigo de Rodrigo Guedes de Carvalho sobre o anúncio da Optimus.
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