- E no início era
o verbo… «Hey, Ho… Let’s Go!»
Com as suas “sementes” a serem lançadas em Nova Iorque,
o Punk comemora este ano o seu 40.º aniversário, celebrando o lançamento em
1976 do single “Blitzkrieg Bop”, dos Ramones. Aclamado pela crítica devido à
sua ‘Autenticidade’, cruzou o Atlântico “para rebentar” em Inglaterra onde
estimulou o surgimento de inúmeras bandas do género, entre as quais os Sex Pistols,
que nesse mesmo ano começaram as gravações do álbum “Nevermind The Bollocks”,
que viria a atingir o primeiro lugar na tabela de vendas. Todavia, esse espaço ficou
em branco, o que até hoje foi inédito.
- Garage B(r)ands
De autênticos renegados - os Punks e a sua cultura - passaram
a ter a bênção oficial da Rainha de Inglaterra, que declarou 2016 como o Ano do
Punk, com eventos a decorrer durante todo o ano. E o caso, na verdade, não é
para menos. O Punk, que surgiu num contexto de uma grave crise, mudou o Mundo e
as marcas. Com a sua ação assente na criatividade, na energia e na iniciativa, de
tão fenomenal tornou-se mediático, propagando-se a várias partes do Mundo e a
diversos sectores de atividade, que começaram os seus negócios em garagens.
Surgia assim o DIY (Do It Yourself) com a sua cadeia de valor criada, especificamente, para
os recursos que consumia e que mais não era
do que aquilo que se chama hoje de ‘Empreendedorismo’, e de onde surgiram na
altura nomes como o de Richard Branson, por exemplo.
- Há mais vida além
do “Mad Men”
Com a explosão do movimento Punk começa também a irromper um novo período
criativo, que mais do que pensar ‘fora da caixa’ partiu a própria ‘caixa’,
cortando com uma comunicação de massas, “one fits all”. Havia vida além do “Mad
Men”, do dinheiro a
rodos e de abordagens garantidas, clonadas umas das outras, que tratavam os
consumidores como se de uma massa homogénea se tratasse.
Esta energia e novidade, movidas por três
acordes, criaram e afirmaram os seus próprios símbolos, mediante uma ideia
distinta e diferenciadora, que não obstante ser de rutura, tornou-se eficaz e
eficiente, até à atualidade. E inspirando também o marketing, no sentido de que uma identidade verbal e visual coerentes
e criativas suscitavam a
priori interesse,
relativamente às pretensões e promessas de uma marca.
- Punks not dead
Com o fim dos acordos de Bretton Woods em 1971 e
o primeiro choque petrolífero entre 1973-1975, com o embargo da OPEP, a Grã-Bretanha
fica perante uma grave recessão económica que coloca no desemprego mais de um
milhão de pessoas, agravando as diferenças entre as classes sociais. A grande
lição, até hoje, do Punk e do DIY – Do It Yourself – foi isto mesmo: mostrar
que é possível fazer as coisas de outra maneira, fugindo ao marasmo, tomando as
rédeas dos acontecimentos e invertendo-os, se possível.