«Crise foi a palavra de ordem durante 2008, que foi, assumidamente, o ano de todas as crises. Por todo o lado se fez ouvir, e foi sentida.
2009, infelizmente, acordou da mesma forma. Dia após dia teima em continuar e parece que se faz sentir, cada vez com maior intensidade. Este é mais um dia em que se fala na crise, com repercussões acentuadas na vida de cada um de nós: declarações de falência ou despedimentos em massa, em nome da reestruturação económica e financeira. Subida de preços, baixo poder de compra, endividamento das famílias, a quebra do PSI 20 (Portuguese Stock Índex – principal índice da bolsa portuguesa Euronext Lisboa) etc., etc. Tudo intercalado com anúncios de manifestações e de greves.
A vida vai torta, e tem sido assim, sempre com o alerta de que esta crise está para durar, e que este ano vai ser, novamente, um ano difícil. Um aviso sempre empacotado com um discurso traduzido de Wall Street, o epicentro da crise, por quem não passou, passa ou passará por qualquer crise. Simplesmente como se nos dissessem: “Paciência, vocês vão ter de aguentar!”.
Esta crise financeira traz, inevitavelmente, agregada uma crise social. As estatísticas do Eurostat9 comprovam a subida da taxa de desemprego um pouco por toda a Europa e relatórios independentes, nomeadamente da Organização Internacional do Trabalho, enfatizam o fosso cada vez maior entre os que ganham mais e os que ganham menos, indicando que uma parte importante dos custos da actual crise irá recair sobre as pessoas que não beneficiaram do crescimento económico dos últimos anos.
Parece que voltámos a 1977, altura em que a banda inglesa Sex Pistols declarou “No Future”. Como se não tivéssemos, actualmente, outra solução se não a de continuarmos à frente da televisão, assistindo aos contrastes entre o real e o surreal.» Livro Brands Like Bands «A Marca X – Um Tributo à Fidelização.»