quinta-feira, 14 de abril de 2011

«DO YOU REMEMBER ROCK N ROLL RADIO?» - SOFIA CORTEZ

Esta semana temos a participação da nossa amiga Sofia Cortez que nos presenteou com este pertinente texto intitulado «A música vive sempre para além do tempo.» As portas continuam abertas...

«Os anos 60 do século XX foram provavelmente os anos com maior criação musical de sempre, foram seguramente dos mais marcantes da história da humanidade em vários contextos, não só na produção musical. Desse período perduram hoje bandas como os Rolling Stones, os Led Zeplin ou os Beatles, bandas que marcaram por completo o panorama musical para todas as outras que lhes seguiram. Por isso não é estranho que hoje, bandas como os Pearl Jam, U2 ou Greenday refiram-nas como referências e influências incontornáveis.

Quando retemos uma banda nas nossas vidas, começamos sempre por nos deixar levar pela música, por aquela música em particular, é sempre o nosso ponto de partida para um mundo novo que acabámos de descobrir.

Foi assim que começou a minha história com os Doors, também eles o resultado do boom musical dos anos 60! Casualmente, ouvi o som do “Light my Fire” a sair de uma janela, e a partir desse momento não parei mais até descobrir tudo sobre aquele som e a banda…foi o instante que marcou para sempre o inicio de uma forte ligação ao universo Doors. Naquele momento a música dos Doors passou a integrar a banda sonora da minha vida, marcou aquele Verão e marcou a minha vida ao longo dos últimos 20 anos.

Quero com isto demonstrar que a música tem uma energia e uma força que nos envolve, cria laços com os ouvintes, faz com que estes se sintam parte de uma família, são mais dos que meros ouvintes: são fãs. Incorporam o papel de defensores da sua música e de féis militantes que acompanham a banda em todos os seus passos e percurso. A explosão do rock e proliferação da produção musical conduziram a música a uma produção massiva e a ser vista como um elemento comercial.

Porém, as bandas que aprenderam capitalizar este factor, tiveram a possibilidade de viver dos rendimentos da sua arte e desempenharam um importante papel na difusão musical, enquanto elemento cultural, que no fundo é a base da criação artística, a produção de arte acessível e partilhada por todos.

Numa sociedade como a nossa em que estamos sempre com pressa para chegar a algum lado, para comprar, para nos informarmos sobre tudo e sobre todos, a música é dos poucos elementos que nos permite criar referências, que nos permite emocionar, amar, apaixonar por uma causa, torna-nos fiéis e tomamos como nosso o papel de zelo pelo sucesso do objecto de adoração, assumimos um compromisso. A partir do momento em que criamos estes laços, vamos procurar cuidar deles e garantir que se mantêm autênticos para não perdem a sua magia.

Deste modo, não é a era em que a música é produzida ou o seu estilo, mas o nosso envolvimento com ela que conduz à sua imortalidade. É a transmissão de um legado de geração em geração que faz, com que os Doors, os Beatles, Wagner, Maria Callas ou o Elvis, se mantenham vivos hoje, amanhã e daqui a 50 anos. A música que construíram e nos deixaram vive por si só, porque existirão sempre interessados nela, existirão fãs que continuarão a perpetuar a sua história com entusiasmo e paixão.

É por esse motivo que o meu envolvimento com os Doors, irá persistir. O para sempre fica-nos bem e aplica-se na perfeição. Começámos há 20 anos e vamos continuar até ao fim dos tempos…»

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