Há pouco mais de quinze anos ter determinado número na camisola tinha um significado - o da posição que o jogador ocupava em campo. Assim, ter uma camisola entre o número 1, como os saudosos Vítor Damas e Manuel Bento, e o 11 começava por significar que se era titular; depois, ter o 1 queria dizer que se era guarda-redes, o 2 lateral-direito e por aí fora, até aos míticos números 9 e 10, reservados para o ponta-de-lança goleador ou para o maestro da equipa, normalmente os maiores ídolos dos adeptos.
A História recorda números 9 com a capacidade goleadora como Ian Rush, Van Basten e números 10 como Maradona, Pelé ou Platini. O número da camisola implicava uma posição em campo e era indissociável deste ou daquele jogador.
De tal maneira que as excepções também eram recordadas, como foi o caso de Fillol, guarda-redes da Argentina, que usou a camisola 7 no Mundial de Espanha em 1982. Mas de lá para cá muita coisa mudou.
Nos últimos tempos, por motivos comerciais ligados à venda de camisolas personalizadas ou até mesmo ao aparecimento da Liga dos Campeões (1992/93), que passaram a exigir uma numeração fixa dos jogadores inscritos, a questão dos números começou a ser desvirtuada. Hoje em dia, falar de um jogador que actua na posição oito pode implicar estarmos a falar do número 15 ou falar de um guarda-redes pode levar-nos a elevar a contagem até 76 ou 99... E a abertura dos mercados desde o acórdão Bosman só serviu para complicar, pelas constantes entradas e saídas de jogadores dos clubes, cada qual com a sua particularidade - ou porque quer aludir ao ano do seu nascimento ou até de um ídolo do basquetebol!
Mas hoje duas grandes marcas do mundo do futebol, Brasil e Nike, voltaram ao back to basics, com a numeração de 1 a 11, num jogo frente à Coreia do Norte, que por seu lado não está preocupada em contratos individuais, que sim jogou à defesa, mas que não fez anti-jogo, de quem não se escutou um único protesto contra o árbitro ou contra um adversário, que acreditou até ao fim não obstante a sua classificação no ranking da FIFA ser a 105.ª posição e de defrontar a equipa que lidera esse mesmo ranking. Este antagonismo reuniu o ADN do futebol por uns breves 90 minutos.
Mas hoje duas grandes marcas do mundo do futebol, Brasil e Nike, voltaram ao back to basics, com a numeração de 1 a 11, num jogo frente à Coreia do Norte, que por seu lado não está preocupada em contratos individuais, que sim jogou à defesa, mas que não fez anti-jogo, de quem não se escutou um único protesto contra o árbitro ou contra um adversário, que acreditou até ao fim não obstante a sua classificação no ranking da FIFA ser a 105.ª posição e de defrontar a equipa que lidera esse mesmo ranking. Este antagonismo reuniu o ADN do futebol por uns breves 90 minutos.
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